MIGREPI

11 agosto, 2009

Fátima: Maior problema da comunidade imigrante brasileira é a imagem que lhe está associada – Obra Católica de Migrações, em 11/08/09

Fátima: Maior problema da comunidade imigrante brasileira é a imagem que lhe está associada – Obra Católica de Migrações

11/08/09

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Fátima, Leiria, 11 Ago (Lusa) — O director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), frei Francisco Sales, disse à Agência Lusa que o maior problema da comunidade brasileira residente no país é a imagem que lhe está associada.

“Criaram-se estereótipos na sociedade portuguesa à volta dessa comunidade que a ligam à criminalidade e prostituição”, declarou Francisco Sales à margem da 37.ª Semana Nacional das Migrações, uma iniciativa da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana e da OCPM.

Aludindo ao assalto a uma agência do BES, em Lisboa, em Agosto do ano passado, feito por dois cidadãos brasileiros, um dos quais acabou por morrer, e apontando Portugal como um país na rota do tráfico de seres humanos para a prostituição, que está associada à mulher brasileira, o responsável defendeu a necessidade de “trabalhar bastante para recuperar a imagem do imigrante brasileiro”.

“A maioria é gente boa. Não podemos deixar cair na generalidade uma comunidade inteira porque algumas pessoas cometeram actos marginais”, realçou, considerando, ainda, que, por causa desses estereótipos, muitos imigrantes “têm dificuldades em encontrar alojamento” e até “dificuldades em instituições sociais e públicas”.

Criticando a comunicação social pelo trabalho que chamou de “exploração” do assalto à dependência bancária e por “identificar actos criminais com determinada nacionalidade”, o director da OCPM sustentou que esta situação “cria medo e dificulta a integração, acolhimento e abertura aos imigrantes”.

Francisco Sales apontou ainda “a crise, que origina desemprego” como outro problema com que se debatem os brasileiros que vivem em Portugal.

“Por causa da crise económica, o imigrante é visto como alguém que vem ocupar um posto de trabalho que poderia ser para um autóctone”, exemplificou, alargando este problema à restante comunidade imigrante residente no país, onde incluiu os que se encontram em situação ilegal.

“Temos muitos milhares de imigrantes ilegais que não deixam de ser pessoas com direitos”, alertou o responsável, reconhecendo que, embora, a sociedade portuguesa tenha registado uma evolução positiva em matéria de integração de imigrantes, registam-se casos de xenofobia.

“São poucos, mas não deixam de acontecer”, observou, acrescentando que “no geral [o imigrante] não é tratado da mesma forma”, independentemente da nacionalidade.

A 37.ª Semana Nacional das Migrações, que começou dia 09 e termina a 16, tem este ano como tema “Viver o amor fraterno sem distinções nem discriminações”.

Um dos momentos mais aguardados desta semana é a Peregrinação do Migrante e do Refugiado ao Santuário de Fátima, quarta e quinta-feira, coincidente com a peregrinação internacional, que este ano destaca a comunidade imigrante brasileira no país.

Segundo o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a 31 de Dezembro de 2008, os brasileiros representavam 24 por cento da comunidade estrangeira residente em Portugal, com 106 961 cidadãos.

SYR.

Lusa/fim

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